VIRTUAL
O ATUAL E O VIRTUAL
Na contemporaneidade, associamos espaço virtual ao que acontece nas telas dos computadores, celulares e tablets, entretanto o que é novo é a tecnologia e não a virtualidade - a virtualidade não é uma propriedade exclusiva da internet.
Alguma coisa que se encontre ainda em um estado potencial, dotada de força para passar a um estado diferente, dizemos que está em um estado virtual, estão sempre abertas a transformações, a possibilidades latentes.
Portanto, não é certo opor o virtual ao real, na verdade, o virtual se opõe ao atual. Além disso, o filósofo francês Gilles Deleuze afirma que não há objeto puramente atual. Para ele, todo atual rodeia-se de uma névoa de imagens virtuais, ou seja, toda multiplicidade implica em elementos atuais e virtuais.
O CONCEITO DE VIRTUALIZAÇÃO
Já o filósofo Pierre Lévy trabalha com o conceito de virtual no desprendimento do aqui e agora. Quando uma pessoa, uma coletividade, um ato, uma informação se virtualizam, eles se tornam ‘não-presentes’, se desterritorializam.
“Em seguida, Lévy passa a argumentar que a virtualização amplia a variabilidade de espaços e temporalidades. Segundo ele, novos meios de comunicação estabelecem modalidades diversificadas de tempo e espaço.” [1]
Essa virtualização também reinventa a cultura nômade: faz surgir um meio de interações sociais onde as relações se reconfiguram muito rápido e onde há a intensificação da mobilidade, sem a mobilidade do corpo. A nossa forma de desterritorialização não é mais geográfica, há uma multiplicação contemporânea dos espaços e saltamos de uma rede a outra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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PIMENTA, Francisco J. P. O conceito de virtualização de Pierre Lévy. Facom/UFJF. v.4, n.1, p.85-96. jan/jun 2001. Disponível em: www.facom.ufjf.br. Acesso em: 25 Abril. 2021.
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LEVY, Pierre. O que é o virtual. São Paulo: Ed. 34, 1996.
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DELEUZE, Gilles. O atual e o virtual. Revista “Dialogues”. 1996
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Conteúdo de aula. Matéria “Espaço e pensamento”. Prof. Lígia Saramago.